Miriam Sommer

Homeopatia

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Entrevista concedida à jornalista Mara Parrela, na Holanda

A jornalista Mara Parrela faz uma matéria jornalística sobre a Homeopatia e entrevista a Dra Miriam Sommer, médica homeopata brasileira, residente na Holanda, para a website Maranews e faz um apanhado sobre alguns conceitos na homeopatia.

Dra. Miriam Sommer, brasileira radicada na Holanda, concluiu seu Mestrado em Epidemiologia Clínica na Universidade Erasmus de Rotterdam, com um projeto homeopático para ser instalado na Holanda junto ao sistema médico convencional e os médicos homeopatas.

Ela atua no seu consultório particular, em Den Haag.

Pertencente a primeira turma, de três anos de especialização médica em homeopatia, junto à Escola de Homeopatia presidida pelo Dr. Javier Salvador Gamarra, em Curitiba, fez também uma complementação junto à Associação Medica Homeopática Argentina, presidida pelo Dr. Francisco Xavier Eizayaga, em Buenos Aires, Argentina. Integrou um grupo de pesquisadores da Associação Médica Homeopática Brasileira, quando passou a experimentar novos medicamentos no Brasil, se transformando na ponte entre o Brasil, Europa e os Estados Unidos, para apresentar os resultados destas pesquisas. Nesta entrevista, Dra. Miriam Sommer faz um Raio-X da sua profissão na Holanda.

Sintoma que cura

A base filosófica da homeopatia é o “semelhante cura o semelhante” (similia similibus curantur), utilizando medicamentos que produzem o sintoma da doença em pessoas saudáveis. O termo homeopatia vem do grego “homoios” que significa semelhante e “pathos” que significa doença. É um tipo de terapia muito popular no século XIX, praticada por reis, governantes e poderosos da época, violentamente combatida pela medicina convencional.

A homeopatia foi introduzida pelo médico alemão Samuel Hahnemann (1755-1843) em 1796. Hahnemann um médico muito respeitado, foi um brilhante cientista, tendo escrito uma obra básica para o estudo da farmácia, “The Pharmaceutical Lexicon”.

A resistência à homeopatia foi muito intensa, tanto no Estados Unidos como na Europa. Homeopatas eram considerados imorais e não legítimos.

A oposição à homeopatia e aos homeopatas foi sempre mais de ordem comercial e menos científica. Hahnemann polemizou com os farmacêuticos da época por utilizar o mesmo medicamento para várias doenças e também por prescrever doses mínimas de seus medicamentos. A situação chegou a um ponto tal que foi preso, sendo obrigado a sair da Alemanha. A Homeopatia é uma forma terapêutica barata e sem contra-indicações, que acreditam, os sintomas representam a defesa do organismo e não, simples sinais da doença. Seria um mecanismo de adaptação.

A lei dos semelhantes é reconhecida pela medicina convencional no Brasil, mas pouco em outros países. O seu principio é utilizado no processo de imunização. Outro aspecto importante da homeopatia é a individualização do paciente. Cada um tem sintomas que às vezes podem ser até semelhantes ao de outros, mas cada pessoa deve ser tratada de maneira individual em função dos diferentes aspectos  físicos e psicológicos, como e quando ocorrem os sintomas, sua relação com o clima, os alimentos, etc.. A homeopatia se preocupa em provocar no organismo os processos de cura que nele existem. Os sintomas refletem estes processos e eles existem basicamente em três níveis: físico, emocional e mental.

Hoje em dia a Homeopatia é popular em todo o mundo. Uma prática médica muito utilizada na Índia, principalmente por influência de Ghandi, pela Família Real Britânica, por John Rockefeller, Tina Turner e Yehudi Menuhin. É menos praticada na América do Sul quando comparamos com a Europa, Índia e Estados Unidos. No Brasil a prática já é legalizada desde 1983 e na America do Sul é muito praticado.

Na Europa está começando a querer ser legalizado. Na Alemanha, na Índia tem muitos homeopatas, mas não podemos dizer que na Europa possuem mais homeopatas do que na América Latina. Na Índia por que possui mais habitantes, existem mais homeopatas.No Brasil são todos médicos e somam 17 mil atualmente. Na Índia são práticos e médicos. Na Holanda, não chegam a 700. A Argentina entre 1970 e 1980, já foi o local  mais desenvolvido  da América do Sul, hoje eles perdem para o Brasil.

No Brasil é praticada desde a época do Império, mas somente em 1980 foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina e em 1990 passou a constar do Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira, deixando de fazer parte das práticas médicas alternativas.

A entrevista

Mara Parrela— A Homeopatia cura tudo, inclusive câncer?

Dra Miriam Sommer— Não, Homeopatia não cura tudo. Homeopatia é muito indicada, e sempre vi bons resultados em minha prática médica, em asma, rinite, artrite, doenças psicossomáticas, fobias, ansiedades, doenças infecciosas, infertilidade, enfim, uma infinidade de doenças.

As doenças infantis, ou as otites, sinusites (doenças das vias aéreas em geral) são um sucesso quando tratadas com homeopatia. Para doenças graves como o câncer, um remédio homeopático bem indicado, no início pode conferir uma melhor expectativa de vida, melhorando muito a qualidade de vida em termos de dor, ou até mesmo em termos de prognóstico.

Mara Parrela— O homeopata é também um analista? (Por quê os tratamentos homeopatas são tão longos, é quase uma terapia?)

Dra. Míriam Sommer— A confusão se faz porque os homeopatas fazem uso de uma anamnese (história clínica) muito aprofundada, onde se investiga tudo sobre a pessoa, procurando as causas psíquicas das enfermidades. Isto é, uma abordagem psicossomática das enfermidades. Consideramos que tudo começa nesta área (psique), para depois se desenvolver no plano corporal (soma).

Mara Parrela— Por que a homeopatia que tem uma proposta integrada de corpo/mente não tem o mesmo “peso” da alopatia?

Dra. Miriam Sommer— Acho que esta coisa pode começar a se reverter. Hoje já estão sendo feitos estudos médicos controlados, na Alemanha e Inglaterra, e agora quem sabe faremos uma na Holanda (se meu projeto for aceito),  a exemplo da minha tese na universidade em Rotterdam, onde se segue pacientes de uma determinada doença, metade tratando com Homeopatia e metade tratando com medicina convencional. Depois de um período de tratamento, se avalia a qualidade de vida destes pacientes, quais as pessoas que se beneficiaram com estes tratamentos, quais as diferenças depois de um ano de tratamento.

Mara Parrela— Você tem pacientes holandeses?

Dra.Miriam Sommer— Tenho.

Mara Parrela— Em que língua vocês falam?

Dra. Miriam Sommer— Como Den Haag é uma cidade onde tem muitas embaixadas e gente do mundo inteiro, eu tenho atendido pacientes em inglês, português, espanhol, alemão e em holandês. Como você precisa conhecer muito bem o paciente, a sua história etc, falar a língua do paciente é muito importante.

Mara Parrela— Valorizam o seu trabalho?

Dra. Miriam Sommer— Penso que na Holanda em particular, tenho sido valorizada pelo trabalho que eu desenvolvi no Brasil, do ponto de vista da pesquisa e do ponto de vista clínico, pois nós homeopatas no Brasil atendemos casos agudos, e acompanhamos os pacientes até mesmo no hospital.  Não é o caso da Europa, onde as consultas se restringem a um consultório, acrescentando o fato de eles serem tão cheios de horários para tudo, você não pode telefonar em determinadas horas pois não está no protocolo deles, como se para adoecermos temos que ter horário.

Homeopatia na Holanda

Matéria publicada no Jornal Semelhante Publicação da ONG Homeopatia Ação Pelo Semelhante
nº 1 AGOSTO- 2007

“Moro e trabalho em Haia (The Hague), na Holanda, uma cidade internacional, pois aqui estão todos os escritórios da organização das nações unidas (ONU), os tribunais internacionais,bem como muitas empresas multinacionais, o fato de ser uma cidade internacional facilita muito às pessoas de vários locais do mundo procurarem a consulta homeopática,”

A médica Miriam Sommer tomou conhecimento da homeopatia em 1974 quando cursava a faculdade de Matemática, na UFRGS, em Porto Alegre. Foi numa exposição de livros alemães enquanto aprendia alemão no Instituto Goethe, que ela constatou que os recursos que sua avó materna utilizava quando os netos adoeciam estavam escritos em livros alemães, que explicavam como usar os medicamentos homeopáticos etc. Isto foi uma descoberta que mudou sua vida, explicou.

Em 1980, após finalizar a faculdade de Medicina junto a Universidade Federal do Rio Grande do Sul cursou, em Curitiba, o curso para formação de especialistas em Homeopatia, organizado pelo Dr. Javier Salvador Gamarra e em 1982 fez um curso na Argentina. Trabalhou em Porto Alegre por 20 anos, exercendo a homeopatia em seu consultório particular e também em uma ONG homeopática local. Prestou atendimento médico homeopático durante 16 anos aos funcionários do Banco do Brasil.

Em 1992 passou a fazer parte do grupo de pesquisa homeopática nacional, organizada pela Associação Medica Homeopática Brasileira (AMHB). Nesta época, as pesquisas brasileiras em homeopatia eram predominantemente relacionadas a experimentos de novas drogas. O grupo de pesquisas da AMHB tinha vários objetivos além da pesquisa de novas drogas. Um deles era de estudos randomizados, ou seja, controlados para comprovar a eficácia da homeopatia, mas não teve continuidade.

Em 2002, já morando na Holanda, Miriam Sommer teve a chance de aprender a desenhar os estudos randomizados, controlados junto a Universidade Erasmus de Rotterdam. Foi então que o aplicou para uma vaga, pensando nas pesquisas homeopáticas no Brasil, na possibilidade de se desenvolver algo neste sentido num futuro próximo.

Homeopatia no Brasil x Holanda

Existem várias diferenças, informa a Dra. Miriam. Uma delas são as farmácias. O Brasil possui as farmácias magistrais, uma destas maravilhas em cada bairro das grandes cidades brasileiras. Você pode fazer uma receita com triturações homeopáticas, glóbulos, ou um medicamento numa determinada escala, enfim, o médico pode prescrever mais livremente para o seu paciente. O medicamento homeopático será armazenado num frasco com um o logotipo da farmácia, com o nome do paciente, o nome do medicamento, a escala que foi utilizada etc., tudo constando no rótulo. Enfim, tudo muito individualizado, especialmente feito para aquele paciente, um atendimento bem personalizado desde o atendimento no balcão da farmácia.

Aqui na Holanda, existe uma farmácia homeopática magistral. Existe uma farmácia que fornece os medicamentos já prontos, das marcas dos grandes laboratórios europeus. O paciente manda a receita pelo fax ou faz o pedido via site da farmácia. O paciente escolhe o laboratório que ele quer comprar, e muitas vezes a escolha se dá pelo preço. O valor a ser pago será deduzido de sua conta bancária. O medicamento chega no dia seguinte à casa do paciente, pois os serviços do correio, aqui na Holanda, são excelentes. Mas falta o contato com o farmacêutico, que não desempenha nenhum papel a não ser revender os medicamentos dos grandes laboratórios homeopáticos.

Muito além das plantas

Matéria publicada no Jornal do Comércio em 21 de Novembro de 2008 durante a celebração do Dia Nacional da Homeopatia, em Porto Alegre, Brasil.

Quando se fala em homeopatia, é comum as pessoas pensarem na fabricação de medicamentos a partir das plantas. A médica homeopata Miriam Sommer lembra que 86% dos remédios alopáticos também têm esta origem. “A diferença é que, na pratica da feitura dos remédios da medicina convencional é removido, da planta, um principio ativo especifico, e na homeopatia utilizamos a planta inteira, com vários princípios ativos. Na homeopatia também são utilizados materiais de origem animal e mineral, mas todos estes materiais passam por processos para que estas substancias sejam diluídas e dinamizadas”, explica a medica que trabalha na Holanda há 9 anos. “Todas as companhias de seguro há Holanda oferecem benefícios aos clientes que se tratam com a homeopatia porque, em geral, o tratamento é mais ágil para uma serie de doenças”, conta Miriam.

O dado foi comprovado através da pesquisa que ela acompanhou no Brasil em 2007, durante o surto de dengue na região de Campo Grande. Foram observados 72 pacientes que, internados no hospital da cidade, receberam tratamento homeopático. Os resultados do estudo foram apresentados por Miriam, no Congresso Mundial da Liga Medica Homeopática Mundial, na Bélgica em maio de 2008. Os resultados do estudo estão em vias de serem publicados por uma revista medica: os pacientes tiveram alta muito mais rápido – em cerca de 3 dias – do que os que não usavam homeopatia. “Isto significa qualidade de vida e economia para a sociedade, em termos de tecnologia medica”.

Problemas crônicos de pacientes portadores de dores de cabeça, reumatismo e outras doenças degenerativas, costumam ter boas respostas quando tratados com homeopatia. Mas qualquer problema de saúde poder ser motivo de uma consulta homeopática. “O médico verifica se o paciente pode se beneficiar ou não com o tratamento. Se houver necessidade de uma intervenção, como uma cirurgia, ele será encaminhado ao profissional adequado”. As consultas homeopáticas costumam ser detalhadas. “Normalmente, a primeira consulta homeopática dura, em media, uma hora a uma hora e meia. Esta avaliação é um processo detalhado e individualizado”, conta Miriam.

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