Matéria publicada no Jornal Semelhante Publicação da ONG Homeopatia Ação Pelo Semelhante
nº 1 AGOSTO- 2007
“Moro e trabalho em Haia (The Hague), na Holanda, uma cidade internacional, pois aqui estão todos os escritórios da organização das nações unidas (ONU), os tribunais internacionais,bem como muitas empresas multinacionais, o fato de ser uma cidade internacional facilita muito às pessoas de vários locais do mundo procurarem a consulta homeopática,”
A médica Miriam Sommer tomou conhecimento da homeopatia em 1974 quando cursava a faculdade de Matemática, na UFRGS, em Porto Alegre. Foi numa exposição de livros alemães enquanto aprendia alemão no Instituto Goethe, que ela constatou que os recursos que sua avó materna utilizava quando os netos adoeciam estavam escritos em livros alemães, que explicavam como usar os medicamentos homeopáticos etc. Isto foi uma descoberta que mudou sua vida, explicou.
Em 1980, após finalizar a faculdade de Medicina junto a Universidade Federal do Rio Grande do Sul cursou, em Curitiba, o curso para formação de especialistas em Homeopatia, organizado pelo Dr. Javier Salvador Gamarra e em 1982 fez um curso na Argentina. Trabalhou em Porto Alegre por 20 anos, exercendo a homeopatia em seu consultório particular e também em uma ONG homeopática local. Prestou atendimento médico homeopático durante 16 anos aos funcionários do Banco do Brasil.
Em 1992 passou a fazer parte do grupo de pesquisa homeopática nacional, organizada pela Associação Medica Homeopática Brasileira (AMHB). Nesta época, as pesquisas brasileiras em homeopatia eram predominantemente relacionadas a experimentos de novas drogas. O grupo de pesquisas da AMHB tinha vários objetivos além da pesquisa de novas drogas. Um deles era de estudos randomizados, ou seja, controlados para comprovar a eficácia da homeopatia, mas não teve continuidade.
Em 2002, já morando na Holanda, Miriam Sommer teve a chance de aprender a desenhar os estudos randomizados, controlados junto a Universidade Erasmus de Rotterdam. Foi então que o aplicou para uma vaga, pensando nas pesquisas homeopáticas no Brasil, na possibilidade de se desenvolver algo neste sentido num futuro próximo.
Homeopatia no Brasil x Holanda
Existem várias diferenças, informa a Dra. Miriam. Uma delas são as farmácias. O Brasil possui as farmácias magistrais, uma destas maravilhas em cada bairro das grandes cidades brasileiras. Você pode fazer uma receita com triturações homeopáticas, glóbulos, ou um medicamento numa determinada escala, enfim, o médico pode prescrever mais livremente para o seu paciente. O medicamento homeopático será armazenado num frasco com um o logotipo da farmácia, com o nome do paciente, o nome do medicamento, a escala que foi utilizada etc., tudo constando no rótulo. Enfim, tudo muito individualizado, especialmente feito para aquele paciente, um atendimento bem personalizado desde o atendimento no balcão da farmácia.
Aqui na Holanda, existe uma farmácia homeopática magistral. Existe uma farmácia que fornece os medicamentos já prontos, das marcas dos grandes laboratórios europeus. O paciente manda a receita pelo fax ou faz o pedido via site da farmácia. O paciente escolhe o laboratório que ele quer comprar, e muitas vezes a escolha se dá pelo preço. O valor a ser pago será deduzido de sua conta bancária. O medicamento chega no dia seguinte à casa do paciente, pois os serviços do correio, aqui na Holanda, são excelentes. Mas falta o contato com o farmacêutico, que não desempenha nenhum papel a não ser revender os medicamentos dos grandes laboratórios homeopáticos.